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DA SIMPLICIDADE DAS COISAS

   

Da sacada da janela líquida universal, muitos enxergam o mundo em panorama, um vasto planeta sob a ameaça de inúmeros e distintos problemas. Então, sem nenhuma consciência do ato, tomam para si a solução deles, como se pudessem intervir verdadeiramente naquele. Assim, agindo de forma estúpida, esquecem de que apenas os seus mundinhos podem sofrer alguma mudança efetiva de suas partes.

O cristal líquido ao ser acionado e acessado, incessantemente, tem o poder de cristalizar a estupidez, por ele incutida, nas mentes humanas, e com o novo espectador não foi diferente. Tirou-o do pequeno jardim que cuidava e mudava de acordo com a sua própria vontade, fazendo-o pensar que tais esforços seriam poderosos o bastante para transformar o mundo, a partir de então, começou a experienciar a agonia de nada resolver.

Por fim, perdeu a capacidade de enxergar a extrema simplicidade das coisas, quando deixou de dispor todo o seu amor e atenção ao rosto humano mais próximo, já que neste, em uma escala menor, era todos do mundo nele e ele em todos no mundo, dedicando-os cegamente a uma tela fria nos mais variados sentidos.

Criado em: 01/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

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