18/02/2008
Um semblante, um olhar, um feitiço! Desde então, com
doses homeopáticas, em formas de pequenos torpedos, foi impregnando todo o meu
ser de devaneios, ora românticos, ora indecentes.
A partir daquela tarde, a minha imaginação é só para
ela! Toda vez que faço tal afirmação, logo me pede detalhes precisos. Isso me
faz ruborizar e aflora uma timidez, impedindo que relate, com desinibição, os
tais pormenores. Sei que tal curiosidade é pura traquinagem de menina sedutora,
a fim de, tão-somente, cativar-me ainda mais, já que conhece esse meu jeito de ser.
[***]
11/04/2008
Nessa imensa floresta, virtual e encantada, não é
difícil encontrar seres míticos em forma dos mais variados tipos de pessoas.
Como também não é raro, sermos enfeitiçados por eles. Caso a experiência seja
boa, restar-nos-á uma lembrança, ainda que frágil. Porém, se for algo tenebroso,
a chaga do arrependimento permanecerá aberta e a sangrar por um determinado
tempo, que nos parecerá eterno em nossa consciência.
Caçador pela necessidade do momento, ele adentra nesse
ambiente, com sentidos e instinto aguçados. Logo sente um cheiro familiar, são
odores de gotículas de feromônio deixadas propositalmente para trás e que logo chegam
ao cérebro, mudando o desfecho programado da caçada. Despertando, com isso, um
interesse inerente à espécie e há muito adormecido no predador.
Agora, impetuosidade, força e agilidade não farão
tanta diferença. Uma vez que, para se conseguir o novo propósito, serão
necessários astúcia, certos ardis e muita segurança nas ações, posto que, ao
menor deslize, as posições podem se inverter e, assim, quem era caçador, vira
caça.
[***]
16/04/2008
Hoje comecei a sentir saudades do que não fomos, pois
tudo ficara só no plano da imaginação. Tal sensação fora motivada pela minha
inesperada ausência do plano virtual − o elo que nos aproximava − isso nos fez
ainda mais distantes, a ponto de me fazer pensar no fim do que tínhamos
começado a planejar.
Como conquistar confiança, sem que haja uma
assiduidade no dialogar? Torna-se quase impossível, quando o único vínculo é
extinguido.
Até o presente momento, só o que havia em meu ser, era a angústia de perdê-la, não para outro, mas para sempre. Tudo contribuía para
essa péssima sensação, pois até a semana transcorria lenta, como a anunciar um
desfecho ruim.
O meu outrora impassível e inabalável coração, agora,
fora abalado por um inesperado furacão de desejos. Vindo de longe, fazendo
balançar sólidas estruturas em inúmeros e intermináveis devaneios.
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Autor: Flavyann Di Flaff
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