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O PORQUÊ DA ANGÚSTIA

Quando me propuseram a subir a escada da sedução até chegar ao envolvimento, disseram-me, apenas, para não ter medo de uma eventual queda, pois me dariam a segurança de uma companhia constante. Nada retruquei! No início, um leve e ainda inexplicável receio me fez hesitar. Mas, ao longo da escalada, isso se transformou em uma sutil angústia motivada por algo ainda não sabido. O tempo passou lépido, a subida fora executada sem atropelos e o envolvimento logo fora alcançado, porém, aquela leve angústia persistia, sem que ainda identificasse o seu porquê.
Hoje, depois de alguns encontros, de trocas de palavras, de ações ternas e de uma distância transponível, apesar de inquietante. Descobri, da maneira mais desagradável possível, que a causa da angústia era um velho conhecido meu: o medo. Não o de cair, porém o de subir cheio de desejo e, depois, ser abandonado lá em cima, repleto de fantasias não realizadas. Infelizmente, isso foi o que terminou acontecendo e, agora, restou-me, apenas, lamentar e seguir adiante.

Criado em: 30/05/2008 Autor: Flavyann Di Flaff

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