Pular para o conteúdo principal

LEMBRANÇAS PÓSTUMAS




Quando a morte chegar, que não seja assim, de repente! Pelo menos, que possa nos dá um tempo para nos despedirmos daqueles que sempre nos fizeram bem, mesmo quando, algumas vezes, pensávamos estarem nos fazendo mal.
Quando ocorrer esse momento único, que a tristeza se ausente por um tempo, pois já nos basta a angústia do ir! Nesse instante, que só haja espaço para recomendações zelosas, abraços fraternalmente apertados, olhares ternamente preocupados e, por fim, a presença de uma união familiar sincera e que possa seguir perene, deixando para os que se vão a agradável lembrança de que realmente estivemos juntos.
Quando, enfim, depois dessa breve intermitência, a hora de partir tiver chegado, estaremos com as almas leves e totalmente cientes de que o luto deverá existir. Mas que logo se transformará em boas lembranças póstumas, e a vida continuará o seu desfecho natural, já que todos possuem seus rumos a seguir.

Criado em: 27/04/2010 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

ALICIADORES DA REBELDIA

         Nasce no asfalto quente, entre gritos roucos e cartazes mal impressos, o suspiro inaugural de um movimento popular. É frágil, mas feroz feito chama acesa em palha seca. Ninguém lhe dá ouvidos; zombam de sua urgência, ignoram sua fome de justiça. É criança rebelde pulando cercas, derrubando muros com palavras – ferramentas de resistência.           Mas o tempo, esse velho sedutor, vai dando-lhe forma. E o que era sopro, vira vendaval. Ganha corpo, gente, força, rumo. A praça se enche. Os gritos, antes dispersos, agora têm coro, bandeira, ritmo, batida. E aí, justo aí, quando a verdade começa a doer nas vitrines do poder, surgem os abutres engravatados — partidos, siglas, aliados, palanques — com seus sorrisos de vitrine e suas promessas de espelho, instrumentalizam o movimento para capitalizar recursos e influência política, fazendo-o perder a essência.           Chegam mansos, como quem só...