O amor sempre começa com o pensamentos no
outro, despertando sensações recíprocas em todos os sentidos. De acordo com as
nossas ações, aquele se fortalece ou vai sendo minado com o passar do tempo.
Os grandes impérios da antiguidade, quando
chegaram ao fim, o tempo lhes fez apenas uma coisa, transformou-os em ruínas.
Não os fez renascer, porquanto já haviam cumprido os seus ciclos, abrindo
assim, caminho para os que, evidentemente, viriam a surgir.
Nossos encontros, hoje raros, mais pareciam um velório, visto que ficávamos em silêncio, como a velar o sentimento que, em
nós, já estava morto. Ele foi partindo, sem nos darmos conta, em uma viagem eterna
e sem volta. Deixando-nos abalados, descrentes do que acontecera, e sem entender
o porquê, já que fomos aqueles que o acomodara, alimentara e o cultivara.
Na dubiedade das consciências de cada um
de nós, que ficaram de luto, as incertezas só existiam na mente de certo alguém. O
ceticismo desse não permitia que cresse em uma ressurreição, posto que a outra
parte há muito o desenganara. Em um diagnóstico crítico, presente nas palavras
cruas, já dava tudo por encerrado, só faltava o próprio reconhecimento, e esse não
tardaria.
Diante dos fatos, não dava para remar
contra a maré, restava, apenas, aquietar o ímpeto heroico e preparar-se para
aceitar o fim. O que mais lhe doía, não era perceber nenhum traço de
remorso no outro, mas sim, ver a presença de um riso, sarcástico e cínico,
estampado na face daquela a quem tanto estimou. Este sutil gesto parecia
festejar a aflição que nele transparecia.
Lembrou-se que, como acontecera com tantos
outros reinos, o fim fora melancólico e angustiante, pois enquanto uns
festejavam, quase que publicamente, outros sucumbiam internamente, e assim lhe
acontecera.
Criado
em:
19/02/2013 Autor: Flavyann Di Flaff
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