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DO ENCONTRAR

Nunca deixei de ti procurar!
Mas, por mais que te buscasse,
nunca consegui te encontrar.
Enfrentei o calor siberiano
das multidões festeiras,
a alegria efêmera
das bebidas alcoólicas e energéticas,
o assédio carnal dos carentes...
de afeto, de sentimento.
O riso contagiante
dos alienados do conhecimento,
as modas dos sem convicção,
a divisão incutida pelos dominadores,
o sentimento egoísta
dos vitimistas do desamor e
a alelopatia das turbas eucaliptonianas.
Todavia, disso tudo
saindo ileso,
não te senti, não te encontrei,
não te vi, não te abracei.
Mas, num inesperado dia,
quando o cansaço me consumia,
foste fazendo parte do meu cenário.
Era um olhar enleante,
um sorriso cativante,
e nada, até ali, entendia.
Porque, quando te encontrar
eu queria,
nem teu cheiro no ar
eu percebia.
Agora, te fazes inteira,
presença cotidiana e rotineira,
nos locais onde meus olhos
não te viam.
Foi então, que fui perceber,
que quando só um quer,
dois jamais se encontram.
 
Criado em:
04/11/2018 Autor: Flavyann Di Flaff





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