Com a pós-modernidade, as máscaras sociais
caíram. As velharias perderam a face de novidade, as cortinas foram ao chão e
vimos as parafernálias usadas para nos emocionar. A metáfora perdeu lugar para
o discurso direto no campo da poesia. Então, descobrimos que não existia amor
nas relações, que tudo em nosso universo era um imenso teatro. Romancear era a
tática usada para eufemismar os nossos atos.
Fomos tomando consciência, em doses cavalares, de que a guerra não produzia a paz. Que os nossos amigos eram amigos dos seus próprios interesses, jamais de nós. Que o amor autodeclarado era um discurso vazio de sentido e de práticas. Que a sinceridade não passava de um raio X revelando a fratura exposta que, a olho nu, escondia-se, fazendo parecer sadia uma relação doentia. Que o abraço e o colo acolhedor, para quem nos dava, na verdade, era um ato de agiotagem. Assim foi decretado o fim do paraíso na terra de nossa existência, sem aviso prévio, contudo revelado nas entrelinhas da inovação paulatina dos costumes.
Criado em:
21/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff
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