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EU LIBERTADOR MEU

               

Na figura de um ser estático e mudo mergulhei no âmago de um grande conflito, que não era perceptivo a olho nu, nem tão pouco a ouvidos apurados. Só a quem ali penetrasse, saberia o que acontecia. Caminhando por entre vielas em um tempo sombrio, vi fantasmas de muitas eras, como medos ressignificados, sempre à velha forma, a cada dia. Aqueles espectros alimentavam uma angústia mortífera, que se não fosse bem assimilada, levaria aquele templo à ruína. Os compartimentos outrora de alegria, agora se revestiam de um triste acinzentado, daquela, só um fúlgido raio a escapar por entre os arranhões feitos por quem está em desespero constante, sentindo-se aprisionado dentro do seu interior. Apavorei-me só de pensar na cena! Impactou-me ver que cada risco era, na verdade, uma marcação temporal e à vontade inconsciente de contá-los, somou-se o horror da constatação de que aquele martírio era de anos. Não suportando tamanha carga emocional, parti dali aos prantos e jurei, com todas as forças que meu frágil ser possuía, que o ajudaria a vencer aquela autoprisão psicológica, até que despertei!

Criado em: 04/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

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