Suas crenças não passavam de tralhas a
enfeitar velhos mobiliários passados de geração em geração. Outras preenchiam
sua casa em forma de plantas e afins. Se as enumerasse, comporiam uma vasta
lista.
Durante toda a sua vida, acumulou talismãs em forma de lua,
pirâmide, figa, trevo-de-quatro-folhas, ferradura, patuá, estrela de seis
pontas, escaravelho, gato da sorte, sapo da fortuna, olho-de-gato, Buda,
olho-de-cabra, elefante branco, moeda, medalhão, crucifixo, filtro dos sonhos,
dente de alho, canela, arruda, comigo-ninguém-pode, planta de jade, lírio da
paz, calathea, palmeira ráfis, abacaxi-roxo, alecrim, bambu da sorte, aloe
vera, e tantos outros que nem mais sabia para que serviam.
Hoje, no ocaso de sua existência, refletiu e viu que nada do que aconteceu em sua vida até ali fora fruto da interseção desses objetos, mas sim da sua capacidade de assimilar o conhecimento e de se relacionar com os mais diversos e distintos seres. Então, juntou tudo e pôs em um velho baú, quem sabe, alguém ainda precise de uma força externa para aprender a acreditar em si mesmo.
Criado em:
18/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff
Comentários
Postar um comentário