Pular para o conteúdo principal

SEM VOCÊ

Vendo-me hoje com o coração partido, não me conformo de tê-la perdido tempos atrás. Em vão, tento reviver o passado, esperando reencontrá-la do jeito que deixei. Pergunto-me se ainda há chance, disso não há garantias, e insisto em revê-la no tempo pretérito. Depois de tanto tempo, estou de volta ao mesmo lugar em que estávamos. Ah, ali estava você, linda, na minha frente mais uma vez! Vê-la pela primeira vez, foi assim que meu corpo se sentiu no momento, e eu não consegui pôr em prática nada do que pensei fazer, uma vez que fiquei impotente diante de você. O flashback logo acabou e nada mais pôde ser feito, e tudo o que restou foi o sonho que não se realizou, a certeza angustiante de que não mais a teria. Será que valeu a pena ter tentado resgatar o que já estava perdido? Porquanto, no presente, você está ausente e já não sente mais nada por mim. Por isso, já não posso chamá-la de querida, nem ter o seu abraço, nem o seu sorriso, que alegrava a minha vida. Agora, só há tristeza em meu olhar e no coração. Não sei por onde recomeçar, esperarei o tempo passar e, assim, refazer-me e procurar um novo rumo que me leve, sem você, a um mundo mais alegre.

Criado em: 23/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

ALICIADORES DA REBELDIA

         Nasce no asfalto quente, entre gritos roucos e cartazes mal impressos, o suspiro inaugural de um movimento popular. É frágil, mas feroz feito chama acesa em palha seca. Ninguém lhe dá ouvidos; zombam de sua urgência, ignoram sua fome de justiça. É criança rebelde pulando cercas, derrubando muros com palavras – ferramentas de resistência.           Mas o tempo, esse velho sedutor, vai dando-lhe forma. E o que era sopro, vira vendaval. Ganha corpo, gente, força, rumo. A praça se enche. Os gritos, antes dispersos, agora têm coro, bandeira, ritmo, batida. E aí, justo aí, quando a verdade começa a doer nas vitrines do poder, surgem os abutres engravatados — partidos, siglas, aliados, palanques — com seus sorrisos de vitrine e suas promessas de espelho, instrumentalizam o movimento para capitalizar recursos e influência política, fazendo-o perder a essência.           Chegam mansos, como quem só...