Pular para o conteúdo principal

O LEGADO

Há anos na quebrada, sabia, por experiência própria, as fraturas sociais que acometiam a sua comunidade. Doía-lhe ver todas elas expostas a céu aberto ou a olho nu, como a denunciar os reiterados descasos do poder público, que, por lei ou capricho, passava de mãos em mãos, sem nunca se importar com o bem-estar dos seus concidadãos.

       Andava por becos e vielas, sua vida sempre passou por caminhos estreitos, mas nunca a eles se entregou. Pelo contrário, mesmo tendo que percorrê-los, sempre os renegou, pois sabia que o levariam a nada.

Fez do sol diário a sua fonte de energia vital. Tal como erva daninha, vingou, na vida, a sua sorte Severina. Na aridez do competitivo ambiente social, plantou a semente da vitória, aguando-a com doses de conhecimento. Soube ser resiliente, sem ser conformado; resistente, sem ser cabeça-dura; alegre, sem ser tolo; esperançoso, sem ser acomodado; assim, foi seguindo a rota traçada.

Então, chegou o grande dia! A semente plantada germinou, a nova vida floresceu! Agora chegou a sua vez de influenciar os seus, afinal o legado tinha que ser herdado e, hoje, para ele foi passado.

Criado em: 26/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff