Como falar de mim, se meu eu é vasto? Ele
vai além de cabeça, tronco e membros, pois não se restringe a meras observações
descritivas.
Sou repleto, como todos, de emoções, ações
e reações diversas, às vezes, coerentes e outras nem tanto assim. Como os demais,
também critico, no outro, o que quase frequentemente eu faço na vida. Pura
hipocrisia de nós, pequenos seres humanos.
Igualmente a muitos, resmungo do calor que
faz no ambiente. Reclamo da difícil situação de nossas vidas, das inúmeras
dores que atormentam nosso corpo, do nosso país entregue a governantes
insensíveis às necessidades do povo. Enfim, sou igual a todos, que,
insatisfeitos com a grande distinção social que sofremos, clamam por melhores dias.
Uma vez que esta limita e destrói as nossas frágeis vidas.
Desisto de tentar falar de mim! Dado que mal sei definir quem sou, de onde vim, como sou e para onde vou. Sem que aflore o meu descontentamento com as coisas que contribuem, de certa forma, para que a minha vida permaneça estagnada e sem o mínimo de certeza de mudanças.
Criado
em: 07/09/2002 Autor: Flavyann
Di Flaff
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