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DESCULPANDO-ME

Benquista jovem, se as minhas outrora rudes palavras te feriram como uma fria e mortal espada, não fora por vil intenção esse meu gesto. É que este guerreiro de insanas e antigas batalhas, às vezes, esquece-se de que delas não mais participa, apesar dos tempos de hoje serem da mais pura violência.

Sei que reagi como se estivesse a enfrentar um cruel oponente ao te desferir tais golpes fatais. Esqueci-me de ver, que, por trás do teu ser, apenas, tratava-se de uma donzela a me dar atenção.

Minha cara senhorita, se eu for ainda merecedor da tua piedosa compreensão, então, não me furte de a ter. Mas se, por ventura, não a quiseres dar, recomponho-me e, em meu corcel negro, seguirei rumos desconhecidos. Fazendo-me ausente destas plagas e levando, comigo, a infeliz certeza de que deixei, para sempre, uma mágoa incrustada em um coração de uma púbere figura. 

Criado em: 14/09/2001 Autor: Flavyann Di Flaff

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