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DUVIDANDO DE TUAS JURAS

Hoje, um tênue momento de alegria toma conta do meu coração! Isto só acontece, quando me lembro das horas que passamos juntos. Bons tempos esses, nos quais trocávamos beijos, carinhos, carícias e, quase sempre, conversas sérias sobre o nosso relacionamento. Infelizmente, apenas eu as proferia, enquanto fingias escutá-las, já que delas sempre fugias.

Esse alegre momento é tão breve, tão frágil, que a simples lembrança das tuas juras o faz dissipar-se. Trazendo até mim a tristeza e a mágoa, pois era costume teu, quando estávamos juntos, fazer juras de um amor verdadeiro e eterno.

Agora vejo que todas elas não passaram de juras vãs, visto que de verdade, nada possuíam. Foram, apenas, falsos retratos de tuas dissimuladas e ocultas ações.

De tão triste que agora estou, questiono a veracidade das juras que os amantes fazem, quando estão enamorados. Posto que, geralmente, quando os relacionamentos acabam, fica sempre a certeza de que tudo fora uma farsa, na qual meros e frívolos diálogos foram ensaiados para ludibriar o outro. Tendo sempre por consequência final, o estraçalhar de todo o coração de quem fora abandonado (neste caso, eu).

Criado em: 24/02/1996 Autor: Flavyann Di Flaff


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