Pular para o conteúdo principal

DISTANTE DAS PAIXÕES IRREAIS

Meu coração parece estar novamente andando de braços dados com a paixão! Espero que não seja mais uma empolgação passageira e dolorida, pois não suportaria mais uma desilusão em tão pouco tempo em minha vida.
Sinto que o coração se deixou transbordar por essa paixão, de tal maneira, que chega a transparecer em meus olhos, mãos e boca. Sempre em forma de olhares ternos, amáveis gestos e doces palavras. Tudo isso, para um único e novo ser.
Quando tentei obter subsídios concretos do florescer e da reciprocidade desse sentimento, para ter a convicção de que valeria a pena. Recebo uma resposta negativa em forma de desculpa, que consistia em ainda estar se refazendo de um romance mal terminado recentemente. Calejado que sou nesta vida, percebi que tal afirmação não passava de um eufemismo usado para disfarçar a rejeição em relação a mim. Fiquei abatido, decepcionado mesmo, já que não esperava tal desfecho. Um misto de raiva e decepção me invadiu, não consegui e nem pude evitá-lo, assim fiquei por um longo tempo.
Ainda ferido, resolvi me afastar do convívio dessa paixão insensata, posto que não aguentava vê-la por perto, sem que a lembrança da rejeição sofrida ainda me aflorasse.
Agora, quero estar distante dessas indesejadas e dolosas paixões! A duras penas descobri que não merecem a mínima atenção de minha parte. Por isso, digo que não correrei riscos desnecessários novamente. Permanecerei sentado na areia da praia da vida, esperando que o agitado mar do destino, ao banhar estas plagas, traga-me a possibilidade de reconhecer e vivenciar um verdadeiro amor, em vez daquelas dissimuladas paixões que só me causaram infelicidade.

Criado em: 12-14/07/1997 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LOOP FARAÔNICO

  De um sonho decifrado ao pesadelo parafraseado. A capa que veste como uma luva se chama representatividade, e a muitos engana, porque a vista turva. Ao se tornar conveniente, perde toda humanidade. Os sete anos de fartura e os de miséria, antes, providência pedagógica, hoje mensagem ideológica, tornando o que era sério em pilhéria. A fartura e a miséria se prolongam, como em uma eterna praga sem nunca ter uma solução na boca de representantes que valem nada. O Divino dá a solução, e esses homens nada fazem, deixando o povo perecer num infinito sofrer, pois, basta representar, para fortunas obterem. E, assim, de dois em dois anos, os sete se repetem, como num loop infinito de fartura de enganos.   Criado em : 1/6/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

O JOGO DA VIDA

O jogo da vida é avaliado sob quatro perspectivas: a de quem já jogou e ganhou e desfruta da vitória, a de quem acabou de entrar, a de quem está jogando e a de quem jogou, perdeu e tem que decidir se desiste ou segue jogando. Quem jogou e ganhou, desfruta os louros da vitória, por isso pode assumir a postura que mais lhe convier diante da vida. Quem acabou de entrar no jogo, chega cheio de esperança e expectativas, que logo podem ser confirmadas ou frustradas, levando-o a ser derrotado ou a pedir para sair, permanecendo à margem, impotente diante da vida. Quem está jogando, sente a pressão da competição e, por isso, não se deixa levar por comentários de quem só está na arquibancada da vida, sem coragem de lutar. Quem jogou e perdeu, sente todo o peso das cobranças sociais pelo fracasso, por isso não se permite o luxo de desistir, pois sabe que tem que continuar jogando, seja por revolta, seja para se manter vivo nessa eterna disputa. Criado em: 20/11/2022 Autor: Flavyann Di Flaff