My lady, quanto tempo faz que não nos encontramos neste
vasto reino virtual! Penso até que já perdemos a noção deste prazo.
Sumiste sem deixar lembrança de uma despedida,
simplesmente, desapareceste sem aviso prévio. Contudo, ainda restaram comigo resquícios
de alguns poucos diálogos que tivemos anteriormente, através dos quais, em
saraus irreais de esporádicos fins de semana, mantínhamo-nos cientes também da
rotina de cada um de nós.
Ainda cavalgo em meu
corcel negro por este reino virtual, defrontando-me com dragões ferozes − pessoas
falsas − mas também tenho encontrado e conhecido umas poucas pessoas possuidoras de fidalguia. Contudo, sempre evitando envolvimentos mais generalizados, pois
para um cavaleiro como eu, da Ordem dos Amantes da Liberdade, não é permitido se
prender a pilares, sejam eles coisas ou pessoas. Só abrindo exceção para se
guardar no peito, apenas, os momentos que são desfrutados junto a alguém de
distinção, aos quais recorro sempre que me pego só e é assim que continuo este
meu caminhar errante.
Agora que já falei de mim, fale-me um pouco de ti. Onde tens andado? O que continuas ou estás a fazer? Estás comprometida ou
ainda resguardas o teu maduro, porém receoso coração das temerárias investidas
da paixão? Estás prestes a concretizar aquele anseio de ir a novas plagas
em busca de realizações pessoais indomáveis? Desde já, estarei esperando uma
resposta em pergaminho e este será teu, uma vez que o reconhecerei pelo selo
do teu brasão. Entretanto, se acaso assim não procederes, entenderei. Sei que o
tempo, muitas vezes, apaga as nossas grandes lembranças, imagine as mais
ínfimas.
Comentários
Postar um comentário