Hoje, estando mais uma vez sozinho. Decido tirar do
meu olhar as lentes da paixão, pois eu só te observava através delas. Então, começo
a te olhar com as lentes da razão, deixando-me levar por um repentino arroubo
de sensatez.
Vejo a quão ilusória é esta alegria que preenche a tua
face! Descubro que os teus romances e os momentos de prazer que disseste ter
usufruído, não passaram de invenções. Percebi, também, que as tuas ações
diárias, nada mais eram, que ações, quase magistrais. Falo quase, porque só
conseguias enganar a ti mesmo. Enfim! Vi com as lentes da razão, que não
passavas de mais uma pessoa confusa, ansiosa, insegura, despreparada, e o pior
de tudo isso, foi ver que eras, na verdade, uma pessoa muito triste. Esforçando-te,
sempre, para que todos ao teu redor nunca percebessem isso. Esforço que se
tornava inútil, já que só desabafavas com alguém que pouco se interessava pelos
teus lamentos e a todos os revelava. Foi assim, através de tais revelações, que
tive a confirmação de que muito sofrias por dentro. Pois sentia que o teu
coração doía, chorava... sangrava. Sem nunca ter tido a chance de me aproximar
e te dar o meu singelo conforto.
Criado em: 12/04/1998
Autor: Flavyann Di Flaff
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