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DE UM INESPERADO FIM

Quão gélido fora o jeito de pores um fim em nosso plano de termos um namoro, que fiquei incrivelmente surpreso por teres essa repentina atitude. Estranhou-me tanto o teu comportamento, que me perguntei se era possível que um ser, aparentemente, tão frágil e meigo, pudesse ser tão frio, tanto em palavras quanto em suas ações.
Desde o início, suspeitava que, em tua cabeça infantil e em teu inexperiente coração, havia de tudo, menos a lembrança da minha paixão por ti e de um “querer bem” por mim.
Agora, só irei lembrar-me de ti, como sendo uma leve e passageira brisa fria que me tocou e provocou o arrepiar de todo o meu ser. Mas que logo partiu, sem dar explicações, rumo a outro ser, esquecendo-se de quem outrora provocara.
Será difícil manter, ainda, algum laço de amizade contigo, porque tudo ocorreu rápido demais, talvez por descuido meu. Começamos trocando alguns diálogos, depois, vieram as inocentes brincadeiras. Logo, surgiram desejos, até que virou um quase namoro, e antes que se firmasse, findou de um jeito tão trágico, controvertido, frio e inesperado. Enfim, por tudo isso, mais a tua falta de consideração para comigo, fica impossível te olhar novamente frente a frente. Contudo, por ser mais forte e maduro, prometo manter-me sereno diante de ti, trocando contigo tão somente alguns monólogos desinteressados e alheios à nossa breve história.

Criado em: 1/6/1998 Autor: Flavyann Di Flaff

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