Nunca passou em minha mente viver uma
ilusão e, nem tão pouco, um eterno sonho. Mas quis o senhor dos rumos da vida,
o destino, que eu experimentasse tal sensação.
Certo dia, o destino me apresentou a um
ser virtual. Palavras foram trocadas em diversos e distintos diálogos e logo
estávamos a ouvir as nossas vozes ao vivo. Horas e dias, que, rapidamente,
transformaram-se em meses de convivência irreal. Com o desenvolver de tais
diálogos − alimento para a minha alma solitária e carente − comecei a tentar
imaginar como ela seria. Também como ocorreria um possível encontro e quais
seriam as nossas eventuais sensações nessa ocasião. Meras suposições de alguém
que ficou interessado por outro, que ainda nem conheceu.
Sagrados para mim eram os fins de semana!
Pois eram sempre neles que eu a encontrava no bate-papo virtual, escrevendo-me
palavras adoráveis e a me enviar sonoros beijos. Tudo isso, causava-me uma
forte impressão de estar vendo-a ao meu lado, a ponto de quase poder sentir o
seu cheiro, fitar o seu olhar e ouvir a sua voz declamando para mim todas as
frases que se estampavam diante do meu enamorado olhar. Assim virtualmente
apaixonado segui. Foram tempos de pura ansiedade em relação ao que poderia
ocorrer entre nós dois. Já que inúmeros desejos foram despertados, sem a mínima
certeza de serem saciados. Por isso, uma imensa insegurança de nunca poder
vê-la e tê-la comigo, surgiu.
Tudo ia bem, até que, um dia, a linha telefônica foi cortada e o computador coincidentemente quebrou. Foi então, sem esses únicos meios de tê-la perto de mim, que percebi que sempre estive só, que, na verdade, nunca existiu alguém a me querer e a esperar por mim, despertando, assim, para a realidade de fato.
Criado em: 09/09/2001 Autor: Flavyann
Di Flaff
Comentários
Postar um comentário