Adorável Genitora
Sei que é muita pretensão pensar que poderá
ficar ciente de tais notícias. Mas é devido a sua inesperada e inevitável
ausência, que escrevo na tentativa de lhe dizer a quantas anda a vida por aqui,
sem tê-la por perto.
Primeiramente, quero dizer que estou com uma imensa
saudade. Não tem um dia que a sua afável lembrança me acometa. Dói em
meu peito ver vazios os cantinhos da casa, que você tanto frequentava a fim
de desfrutar momentos de descanso e, também, para exercer os seus inúmeros dotes
domésticos, pois era por demais prendada. É fato que tenho que me conformar,
mas o que me incomoda, assusta mesmo, é pensar que, com isso, eu venha a esquecer
totalmente de você e isso eu não desejo jamais.
Venho dizer-lhe que todos os sonhos para mim sonhados, já foram renovados, porém é com muito pesar, que afirmo que
ainda não encontrei forças ou um simples estímulo para realizá-los.
Choro todos os dias por isso, pois sei que todos eles sempre foram repletos de
desejos maravilhosos seus para comigo. Por fim, venho falar-lhe também, que os
demais estão todos bem, apesar das coisas pouco terem mudado por aqui. A única e abrupta mudança foi a sua partida. Antes que eu me esqueça, nosso
pai, seu companheiro, anda a sofrer, inevitavelmente, dos males da idade (disso
ele sempre se queixava, você deve lembrar muito bem). Todavia, estamos a auxiliá-lo
da melhor forma possível, sempre presente ao lado dele.
Bem, agora me despeço. Infelizmente, com a
dolorosa certeza de que não mais regressará a nossa convivência. Desejando a você amiga, confidente, educadora, guardiã, heroína e, acima de
tudo, mãe, onde estiver, que esteja na mais completa felicidade. Enquanto
nós seguiremos lutando para sobreviver nesse mundo, que, agora, está mais
desvalorizado sem a sua presença. Beijos eternos daqueles que sempre lhe amarão (só que
nunca deixaram transparecer isso) e que nunca a esquecerão.
Criado em: 05/05/2004 Autor: Flavyann Di Flaff
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