Pular para o conteúdo principal

DO AMAR HUMANO

O amor que sinto por ti, nada mais é que o sentimento humano de posse, de obsessão ou de desejo, porque, enquanto estiveres comigo, terás que realizar os meus disfarçados e íntimos anseios carnais. Sob pena, se assim não procederes, de seres logo substituída por outra, sem direito a explicações ou justificativas plausíveis, nem tão pouco a desculpas ou perdões.

É assim que funciona este amor pregado e festejado entre os seres opostos, no qual a satisfação pessoal vale mais que a mútua, e quem por ele foi abandonado, que junte seus pedaços bem longe de quem o seduziu.

Quando sós, os seguidores desse amor ficam a falar em sensibilidade e exaltam o romantismo, cruéis ardis que só servem para atrair novas vítimas. Estas candidatas a futuras frustrações, traumas que carregarão para sempre em suas vidas.

Continuaremos a agir assim até que despertemos para o outro amor, o universal, este sim, o verdadeiro, o único que cresce toda vez que se doa. Não está condicionado ao retorno de suas ações para com o outro. Portanto, quando o reconhecermos como sendo o mais adequado à convivência e começarmos a agir de acordo com os seus preceitos, notaremos a mágica mudança no jeito de nos relacionarmos não só com o ser oposto, mas também com todos aqueles que nos cercam.

Criado em: 22/10/2004 Autor: Flavyann Di Flaff



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

LOOP FARAÔNICO

  De um sonho decifrado ao pesadelo parafraseado. A capa que veste como uma luva se chama representatividade, e a muitos engana, porque a vista turva. Ao se tornar conveniente, perde toda humanidade. Os sete anos de fartura e os de miséria, antes, providência pedagógica, hoje mensagem ideológica, tornando o que era sério em pilhéria. A fartura e a miséria se prolongam, como em uma eterna praga sem nunca ter uma solução na boca de representantes que valem nada. O Divino dá a solução, e esses homens nada fazem, deixando o povo perecer num infinito sofrer, pois, basta representar, para fortunas obterem. E, assim, de dois em dois anos, os sete se repetem, como num loop infinito de fartura de enganos.   Criado em : 1/6/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff