Pular para o conteúdo principal

DAS DATAS COMEMORATIVAS [COMERCIAIS]

Como pretexto para lembrarmos algumas pessoas que tanto fizeram e fazem parte do nosso viver, rebaixamo-nos a ponto de limitarmos a nossa afeição a meras datas comemorativas. É dia dos namorados, das sogras, das crianças, das vovós, da mulher, das mães, dos pais e tantos outros.

Existem pessoas que incorporam, com afinco, este espírito mercantilista que está subentendido nessas datas, a ponto de se chatearem, só por não terem recebido presentes no seu dia respectivo. Vejo, nesse ato, uma imensa falta de espiritualidade.

Já é sabido que todas aquelas datas foram criadas, não para que pudéssemos expressar o nosso afeto às pessoas, porém para induzi-las a consumirem mercadorias, proporcionando o aumento da receita dos lojistas e indústrias. Não é que deixemos de comprar algo, mas que tenhamos a consciência de consumir apenas o que é necessário, e para se demonstrar gratidão a alguém, não é impositivo dar presentes, podemos demonstrar com reconhecimento e consideração.

Partindo do princípio de que nossos entes queridos são dignos de demonstrações de afeto diárias, devemos entender que tais datas são oportunas, apenas, àquelas pessoas falsas, que, presenteando, tentam expressar um sentimento que não possuem, falseando-os para com o outro. Elas só aparecem nessas ocasiões, como se, agindo assim, demonstrassem alguma consideração a seu semelhante.

Homenagens, aos que somos eternamente gratos por nos dar belos e educativos exemplos, palavras de incentivo ou por alguns gestos de solidariedade, devem ser feitas em forma de demonstrações de carinho, respeito, consideração e reconhecimento mútuo no dia a dia. Nunca em dias programados pelos senhores do capital, que, em sua maioria, são insensíveis.

Criado em: 08/08/2004 Autor: Flavyann Di Flaff



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DAS BASES

  Como em um círculo vicioso, neste país, em todo sufrágio, percebemos, de forma descarada, a atuante presença do mirífico corporativismo das necessidades individuais. Elas subjugam, subvertem e relegam a utilidade coletiva das instituições a meros vínculos empregatícios, como nos tempos de outrora. Criado em : 06/10/2019 Autor : Flavyann Di Flaff

TOLICE

  Um dia, customizaram Deus, e conhecemos uma divindade submissa aos muitos e distintos caprichos de cada um dos seres humanos. Em seguida, customizaram a razão, e criaram o que não existia em seus pressupostos: a unanimidade. Então, ao defini-la, Nelson Rodrigues bem traduziu toda essa adaptação.   Criado em : 24/06/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

O MUNDO PERFEITO

  O mundo tá em franca decadência! Tem religioso, celerado enrustido, prescrevendo penitência a quem se confessa invertido.   Tem conservador progressista e progressista conservador. Corolário de um teatro congressista pra engabelar o incauto eleitor.   Segue o bonde sem freio desse mundo ilusório. O que é determinado pelo meio é certamente provisório.   Vende o pão assado no forno, que há pouco ardia, o cidadão, pelo capitalismo, alienado, pra obter o seu pão de cada dia.   O mundo tá perdido! Tem legalista contraventor e contraventor legalista. Assim, o cidadão é iludido até onde alcança a vista.   Esse é o mundo perfeito para qualquer salvador que pretende ser eleito. Um mundo repleto de discursos “olho por olho, dente por dente”, que atendem a externos impulsos por uma igualdade aparente.   Criado em : 05/02/2024 Autor : Flavyann Di Flaff