Pular para o conteúdo principal

DAS DATAS COMEMORATIVAS [COMERCIAIS]

Como pretexto para lembrarmos algumas pessoas que tanto fizeram e fazem parte do nosso viver, rebaixamo-nos a ponto de limitarmos a nossa afeição a meras datas comemorativas. É dia dos namorados, das sogras, das crianças, das vovós, da mulher, das mães, dos pais e tantos outros.

Existem pessoas que incorporam, com afinco, este espírito mercantilista que está subentendido nessas datas, a ponto de se chatearem, só por não terem recebido presentes no seu dia respectivo. Vejo, nesse ato, uma imensa falta de espiritualidade.

Já é sabido que todas aquelas datas foram criadas, não para que pudéssemos expressar o nosso afeto às pessoas, porém para induzi-las a consumirem mercadorias, proporcionando o aumento da receita dos lojistas e indústrias. Não é que deixemos de comprar algo, mas que tenhamos a consciência de consumir apenas o que é necessário, e para se demonstrar gratidão a alguém, não é impositivo dar presentes, podemos demonstrar com reconhecimento e consideração.

Partindo do princípio de que nossos entes queridos são dignos de demonstrações de afeto diárias, devemos entender que tais datas são oportunas, apenas, àquelas pessoas falsas, que, presenteando, tentam expressar um sentimento que não possuem, falseando-os para com o outro. Elas só aparecem nessas ocasiões, como se, agindo assim, demonstrassem alguma consideração a seu semelhante.

Homenagens, aos que somos eternamente gratos por nos dar belos e educativos exemplos, palavras de incentivo ou por alguns gestos de solidariedade, devem ser feitas em forma de demonstrações de carinho, respeito, consideração e reconhecimento mútuo no dia a dia. Nunca em dias programados pelos senhores do capital, que, em sua maioria, são insensíveis.

Criado em: 08/08/2004 Autor: Flavyann Di Flaff



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

LOOP FARAÔNICO

  De um sonho decifrado ao pesadelo parafraseado. A capa que veste como uma luva se chama representatividade, e a muitos engana, porque a vista turva. Ao se tornar conveniente, perde toda humanidade. Os sete anos de fartura e os de miséria, antes, providência pedagógica, hoje mensagem ideológica, tornando o que era sério em pilhéria. A fartura e a miséria se prolongam, como em uma eterna praga sem nunca ter uma solução na boca de representantes que valem nada. O Divino dá a solução, e esses homens nada fazem, deixando o povo perecer num infinito sofrer, pois, basta representar, para fortunas obterem. E, assim, de dois em dois anos, os sete se repetem, como num loop infinito de fartura de enganos.   Criado em : 1/6/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff