Do
nada apareceste salvando-me deste presente abandono! Brincando de seduzir, envolveste-me. Fazendo com que o meu coração te escolheste. Nas tuas asas voei na paixão,
conhecendo o prazer e a luxúria.
Tinhas
o dom da palavra, sabias falar tão bem e mansamente, que, em certos
momentos, mais parecias um anjo. Encantado que estava, comecei a gostar de ter
sido cativado por ti, porém no auge desta empolgação, da mesma forma como apareceste,
sumiste. Deixando-me, de novo, imerso na solidão.
Passado
algum tempo, fui percebendo que não eras dessa terra, mas que pertencias a
outro mundo. Juntando todas as evidências, descobri que eras realmente um anjo, entretanto, não qualquer um. Eras sim, um anjo caído e, por isso, já não tinhas uma boa
índole. Com certeza, devido a um grave erro, foste expulso do paraíso, perdendo
os teus dons celestiais. Já segregado, recebeste “qualidades” humanas e, sem
saber, foste enviado ao meio terreno, a fim de ter a tua última chance, sim, a
última, porque o Senhor é misericordioso para com todos, sem distinção. Contudo, revoltado como estavas, não percebeste nada e, assim, foste enganar o primeiro
mortal que apareceu diante de ti, sacramentando com essa errônea atitude, a tua já anunciada condenação. Rapidamente, foste mandado ao inferno, a fim de cumprir a tua sentença até os
fins dos tempos. Quanto a mim, restaria a dor de mais uma decepção, no entanto, como fora um instrumento dos desígnios divinos, fui agraciado com a certeza de ter uma
companhia muito em breve.
Criado em: 03/08/2004 Autor:
Flavyann Di Flaff
Comentários
Postar um comentário