Nessa
vida – via crucis – em que vivo, o fardo que carrego sobre o corpo parece não
ser meu, mas sim, de um Golias, tamanho é o sofrimento que me causa. Mesmo
trocando constantemente de ombros, as chagas já se fazem presentes, as pernas
vacilam, pondo ao chão os joelhos, ferindo-os. A cabeça dói, como se me
coroassem rei de todos os pecados absurdamente mortais, coroa de espinhos que
não mereço de todo. Ao longo da caminhada, escuto comentários maldosos que açoitam
o meu ser, como se fora o chicote de um carrasco, e como se tudo isso não
bastasse, diante de mim, ainda zombam do jeito que levo a vida, equivalendo
tal ação a uma cusparada na face. Não suportando tamanha aflição, exponho
aqui o meu murmurar.
Sei
que só dais o fardo de acordo com a capacidade de cada um em carregá-lo. Mas
como somos carne, fraquejamos e, antes mesmo de iniciarmos a caminhada, supomos
não suportar a carga. Por isso, dai-nos forças para iniciar e suportar tal
missão, porque na vida cada um é responsável pelos seus atos, portanto,
ninguém nos ajudará.
Bem
queríamos que pudésseis afastar de nós esse cálice de vinho tinto de sangue e
fel, porém esperamos que seja feita a vossa vontade, mesmo que em nossos
corações promíscuos, graças a desejos distintos e diversos, quiséssemos apenas a bonança
e nunca o sacrifício como recompensa por nossos atos, que, para todos nós,
sempre estão corretos.
Criado em: 14/01/2006 Autor:
Flavyann Di Flaff
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