Ah, “Moreninha_Sexy”, figura virtual que habita, neste presente, a tela do meu pensar! Por que não ganha vida e preenche a minha rotina? Adoraria tê-la comigo nos momentos em que a sádica solidão me torturar.
Queria poder deixar de imaginá-la nas noites em que a libido estivesse a me fazer sentir desejos carnais. Mas não sei como me livrar disso, já que, neste momento, é o que mais instiga o suprir dessa carência.
Ah, morena! Toda vez que ligo a tela do computador e você aparece digitalizada, sorridente e faceira, deixando deslumbrado o meu olhar e acelerando o meu coração. Percebo que habitará, por um longo tempo, a minha fértil imaginação.
Não queria privar-me de você, se bem que, na realidade, nunca me pertenceu, já que jamais lhe possuí. Sei que é senhora plena deste mundo virtual, no qual as palavras, cuidadosamente, formuladas e cheias de intenções diversas e distintas, iludem os menos incautos e conseguem despertar, também, uma breve, mas voraz curiosidade nos mais espertos. Quando enfim cessarem tais vocábulos, fabricados de acordo com o que bem se anseia obter, veremos que se finda, da mesma forma, o que nunca seria realizável. A partir deste decepcionante instante, perceberemos que participamos de um teatro no qual ensaiamos cada palavra, cada frase e cada possível ação, de uma forma que tudo se assemelhasse a algo real. Só que, na verdade, este tudo não passara de uma mera ficção em mais uma experiência virtual, que tanto procuramos nas telas de nossos computadores. Tentando, com isso, perfazer o vazio que habita as nossas vidas particulares reais.
Findando essa nossa história, descobrimos que éramos, apenas, dois personagens distintos, encenando atos em um monitor informatizado, nos quais eu era “O Anjo_Malvado!” e você, uma doce, breve, intensa e prazerosa tentação, chamada “Moreninha_Sexy”, e que quase conseguira cativar todo o meu carente ser.
Criado em: 12/05/2002 Autor: Flavyann Di Flaff
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