Até hoje me sinto um ser rejeitado, desprezado,
abandonado. Pois parece que foi ontem, que tudo entre nós se acabou. Foste
embora sem motivo, sem dizer para onde e se sozinha ou já com outro alguém, no
meu íntimo, já sabia o porquê.
Sempre que me pego só em um canto qualquer, me vem
saudosas lembranças do que vivemos − momentos que pensávamos serem eternos.
Pensamento bobo esse, típico dos humanos, quando apaixonados. Já que nesta vida
terrena, nada é para sempre.
Lembro diariamente do teu jeito de me olhar − algo bem
pessoal. Nunca me esqueci dos teus beijos, abraços, palavras, gestos e
sorrisos. Como não falar também do teu cheiro, melhor, como não o sentir! Se a
minh’alma parece estar impregnada por ele, até esse momento.
Sinto-me perdido, até hoje, sem ti. Já que não aprendi
ainda a conviver com tantas lembranças de nós dois, sem estares ao meu lado.
Não tive nenhuma péssima lembrança do nosso relacionamento, sinal de que, se ocorreram desavenças, todas elas, foram insignificantes ou relevantes no contexto geral. Resta-me, pelo visto, ter que encontrar um novo ânimo, ainda não sei como e nem onde, para seguir em frente. Lutando, de algum modo e com todas as forças, para tirar de mim, esta tua onipresença, que só me abate e limita diante desta realidade atual, da qual já não fazes mais parte, pois há muito já saíste dela.
Criado em: 21/09/2003 Autor: Flavyann
Di Flaff
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