(In my mother's memory)
Por que este
insinuar diário da inevitável partida (coisa comum a todos nós), se vejo em teu
rosto o inconformismo em “viajar” antes da “hora exata”? Sinto que não queres
ir antes que vejas realizados os sonhos que sonhaste para mim. Tenho convicção
de que dói em tua alma a certeza de me deixares, sem que eu já tenha um caminho
traçado. Mas, em teu íntimo, já sabes que isso independe do teu querer e, sem
querer, conformas-te com a vontade alheia (vontade Dele).
Fico ansioso e, ao mesmo tempo, pego-me incomodado com este vacilar. Gostaria que Aquele que vem buscar-te, viesse logo decidir se irás ou se permanecerás mais um longo tempo
comigo. Já que nada posso fazer, se não esperar a boa e decidida vontade Dele.
Por ter uma
quase certeza de que partirás, tento ir acostumando-me com esta dura e já quase
realidade. É bem difícil, porém, já ando ensaiando para esta nova fase da minha
vida, que será sentir sempre a tua falta.
Desde já,
estou pensando, repensando e refletindo sobre tudo o que ocorreu conosco, pois
não quero deixar nada pendente entre nós. Já que terás de partir (ainda crendo
que não é a hora de partires), que, pelo menos, tenhamos uma despedida de quem
sempre amou e sempre manteve a recíproca em tudo.
Agora, clamo a Ele para que este restante da tua estada terrena seja o menos angustiado possível. Que possamos ver-te com um semblante sereno, sem a presença das rugas da dor e do sofrimento, que bem sabemos acometer-te. Desejo-te desde já, uma boa “viagem” e que, um dia, possamos rever-nos.
Criado em:
13/11/2003 Autor: Flavyann Di Flaff
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