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INSENSATO DESPREZO

O que farias se te revelasse neste instante, que tenho um enorme sentimento por ti, além dessa quase amizade? Não! Não respondas agora, assim de supetão. Levada, talvez, por um impensado desinteresse ou, ainda, por um repentino interesse, ou quem sabe, pelo impacto inicial causado por tal surpresa.
Espero que penses com calma, para não cometeres nenhum desatino, pois o arrependimento, sempre vem tardiamente. Seja qual for a tua resposta, que seja sincera e definitiva, já que não aguento mais ter os meus olhos só para ti, nem tão pouco, pronunciar sempre o teu nome, quando estou em uma roda de amigos. Não aguento também, ter-te só em meus loucos sonhos e só poder te ver sempre à distância, longe do meu abraço. Tudo isso, sabendo que estais a me rejeitar.
Não consigo compreender o porquê de demonstrares tanta indiferença para comigo, se nada de mal eu te faço ou fiz. Também não sei se é real a intenção de ficares ignorando-me, penso que seja só fingimento, só penso, não tenho certeza de nada. Quero apenas que saibas que agindo desta maneira, magoas demais.
Tenho certeza de que não mereço este teu insensato desprezo, uma vez que, até aqui, não ouvi dizer que tens alguém. Parece que estais a querer condenar-me por um pecado involuntário que, porventura, estou a cometer: o de desejar alguém que até este momento, ainda não me quis, por ter a rápida convicção de que não sou merecedor de afeto.

Criado em: 05/10/2003 Autor: Flavyann Di Flaff

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