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DOCE FUGA

O que faz com que uma pessoa que ama e é amada, venha a pensar em liberdade de ação afetiva para com um alguém alheio à sua presente relação a dois? Como pode uma pessoa querer dividir o que já não é mais só seu com outrem, quando isso já soa como um insinuar de traição? Só sei que quando isso acontece, é sinal de que o amor está fragilizado, ficou enfadonho, já não agrada como outrora. É quando uma das partes começa a vacilar, sem que a outra perceba. Expondo, enfim, àqueles que a cercam, que o sentimento está há muito abalado.

Conheci uma pessoa que quis ter novas experiências e, para isso, deu um tempo para fugir do que já era rotina, partindo rumo às tentações deste vasto mundo do prazer. Não demorou muito e encontrou quem a provocasse o suficiente para ceder algumas horas de sua existência em bons e breves momentos de desejos saciados.

Experimentou, durante um mês, sensações já quase adormecidas em seu ser cansado. Foram ações que já conhecia, mas que já não causavam prazer, já que, descuidadamente, alguém as transformara em uma monótona rotina. Nesse período sentiu um misto de emoções, no qual queria permanecer para sempre, porém, ao mesmo tempo, um arrependimento a consumia, lembrança de alguém que ainda amava. Por sorte, alguns imprevistos a fizeram decidir pelo retorno.

Ainda hoje, relembra e sente saudade de tudo o que experimentara em tão curto espaço de tempo e, em seu íntimo, ainda desejaria revivê-lo, uma vez que valera mais que toda esta eternidade em que dura esse seu presente enlace.  

Criado em: 13/12/2003 Autor: Flavyann Di Flaff


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