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O PRISIONEIRO

Eu que, como muitos outros, nasci livre. Hoje vivo preso a regras, costumes, códigos, modismos, normas, manias e doutrinas.

Sou vigiado 24 horas por dia pela consciência e por pessoas alheias aos meus desejos, conceitos, opiniões e pensamentos. Enfim, por todas as pessoas que compõem esta sociedade.

Como todo aprisionado, tento de todas as formas, lícitas ou ilícitas, boas ou más, fugir desta prisão sem grades que me impuseram. Conseguindo, assim, um dia, a tal liberdade de ir e vir, de pensar e agir, de falar e questionar. Se verdadeiramente a conquistarei, isso já é outra história.

Ao nascer, senti os ares de liberdade do viver, esse presente maravilhoso doado por Deus. Mas, diante dos meus primeiros passos, do meu primeiro olhar, das minhas primeiras palavras, foram tirando-a de mim. Como nada disseram, cismei, inocente que ainda era, de que essa atitude não mudaria a vida preparada para mim. Porém, constataria, muito tempo depois, que fora um ingênuo por pensar assim.

Passados alguns anos, continuo a não saber o porquê dessa condenação! Pois, se eu nada de errado fizera, mereceria, por direito, usufruir, legitimamente, a liberdade do pleno viver. Já que esta que me dão, é falsa e policiada, não fazendo com que me sinta um verdadeiro e pleno cidadão.

Criado em: 01/09/2003 Autor: Flavyann Di Flaff


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