Ah, esta minha vida! Por que este amor não brotou só
há vinte anos? Assim, eu poderia, com tranquilidade, desfrutar da afeição que certa jovem garota demonstra ter por mim.
Hoje, por ser adulto, destoo do mundo em que
ela vive, apesar de poder, igualmente, sentir e retribuir o que nela,
repentinamente, surgiu. Entretanto, o que para nós dois de longe nos incomoda, à
sociedade causa imenso choque.
Quisera, agora, estar em plena sintonia de
gerações, em vez de estar sofrendo com esta distinção aparente. Se uma pequena disparidade ou igualdade houvesse entre as nossas primaveras, estaria assumindo o que, em você, faz a voz falhar, o corpo suar e tremer, o
pensamento voar e o olhar brilhar. Tudo isso ocorre ao mesmo tempo em que ela
se inibe diante da presença do ser desejado. Não quero insinuar, com isso, que permaneço
impassível diante de tantas sensações a mim dirigidas, já que eu também as
sinto, só que de uma maneira menos instintiva e mais racional.
Ah, como eu adoraria poder ficar ao seu
lado desfrutando de sua jovem, bela, ingênua, engraçada e, muitas vezes,
sensual e espontânea companhia. Sem que o peso das cobranças alheias me
torturasse, intimidando, totalmente, as minhas amáveis reações. Uma vez que
elas jamais teriam a vil intenção de ferir ou de violar o seu inexperiente ser.
Depois de nos conhecer, não sei o que será desse nosso inconcebível sentimento. Já que, nessa hora, o imprevisível é o que sempre impera. Infelizmente, para que aquele se firme e vingue, necessitamos do frio e incompreensível aval de outrem e este foge do nosso domínio.
Criado em: 22/07/2002 Autor: Flavyann
Di Flaff
Comentários
Postar um comentário