Pular para o conteúdo principal

EM TEU RESPEITO

Hoje, já distante de ti, é que te vejo melhor! Observo o que, realmente, se esconde por trás desta máscara de rebelde, que há muito usas. Olhando bem, percebo agora, que és apenas, mais uma daquelas pessoas frágeis, que necessita muito de atenção e afeto. Apresentas esta tua face sisuda, este teu olhar inquisidor, estas tuas palavras ferinas e estas tuas ações de rebelde. Só para se defender de situações, das quais não tens o controle, pois isso te causa grande medo.

Sei que hoje me renegas! Porém, ontem, tinha certeza de que me querias por perto. Só que não soubeste expressar isto, já que mais uma vez, o receio te invadiu e te fez expulsar-me do teu caminho.

Hoje, como água e fogo, que nunca serão um só, estamos. Vários combates verbais travamos, sem que chegássemos ao fim desta história. Mas está tudo bem, já que há muito, desisti de ti. Então, como um clarim, que ao término de uma cerimônia fúnebre de mais um guerreiro que se foi, me silenciarei. Mostrando todo o meu respeito pelo que representaste para mim.

Criado em: 24/06/2003 Autor: Flavyann Di Flaff


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

ALICIADORES DA REBELDIA

         Nasce no asfalto quente, entre gritos roucos e cartazes mal impressos, o suspiro inaugural de um movimento popular. É frágil, mas feroz feito chama acesa em palha seca. Ninguém lhe dá ouvidos; zombam de sua urgência, ignoram sua fome de justiça. É criança rebelde pulando cercas, derrubando muros com palavras – ferramentas de resistência.           Mas o tempo, esse velho sedutor, vai dando-lhe forma. E o que era sopro, vira vendaval. Ganha corpo, gente, força, rumo. A praça se enche. Os gritos, antes dispersos, agora têm coro, bandeira, ritmo, batida. E aí, justo aí, quando a verdade começa a doer nas vitrines do poder, surgem os abutres engravatados — partidos, siglas, aliados, palanques — com seus sorrisos de vitrine e suas promessas de espelho, instrumentalizam o movimento para capitalizar recursos e influência política, fazendo-o perder a essência.           Chegam mansos, como quem só...