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REFAZER-SE

Até hoje, sinto-me rejeitado, abandonado, desprezado! Pois parece que foi ontem, que tudo entre nós se acabou. Foste embora sem motivo, não sei se sozinha ou já com alguém, para onde também não sei. Em meu íntimo, tenho a devida noção do porquê partiste.

Agora, toda vez que me pego só em um canto qualquer, seja em casa ou na rua, chegam-me lembranças saudosas do que vivemos juntos, momentos que pensávamos ser eternos. Pensamento bobo esse, bem típico dos apaixonados, já que, nesta vida, nada é para sempre.

Lembro-me sempre do teu jeito de me olhar, tua marca pessoal. Nunca esqueci, também, dos teus beijos, abraços, palavras, gestos e sorrisos. Como não citar o teu cheiro, melhor! como ainda não o sentir, se a minha alma parece estar impregnada pelo teu odor até hoje.

Continuo me sentindo totalmente perdido sem ti. Uma vez que não consigo conviver com tantas lembranças tuas, sem que estejas ao meu lado para revivê-las.

Percebo que não tenho nenhuma má lembrança de nós dois! Sinal de que as desavenças, se existiram, foram irrelevantes. Resta-me, pelo jeito, ter que encontrar um novo ânimo, não sei como ou onde, para seguir em frente. Lutando, com todas as forças, para tirar do meu ser esta tua onipresença que, hoje, só me abate e limita. Já que há muito te fizeste distante. 

Criado em: 21/09/2003 Autor: Flavyann Di Flaff


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