Desejei uma
boa “viagem” para ti, mas ainda não partiste, graças à compaixão Dele para
conosco. Já que teu estado físico pouco se alterou. Vendo-te assim, hesitante,
pois pareces que já não sabes se lutas para permanecer aqui ou se já te
aprontas para partir, vêm-me lembranças de quando eras sã. Realizavas as
tarefas domésticas com afinco — dedicação de quem tem amor pelos seus. Apesar
de nos tornarmos adultos, sempre nos trataste como se fôssemos eternas crianças
e isso é o que te fez ser exemplo para todos nós.
Hoje, vendo-te
assim, abatida, neste leito, penso em questionar o Pai, a fim de saber o porquê
Dele levar nossa genitora, porém me seguro, porquanto sei que é este presente
desespero que me incita a fazer tal pecaminoso ato.
Vejo que até aqui muitos dos teus já desistiram desta luta, coisa que aos poucos percebo também que estás a fazer. Não queria nunca ter visto esta tua luta se tornar tão renhida, pelo contrário, antes preferia tê-la presenciado sendo vencida por ti. Mas se já estás a te preparar para ir, cabe a nós agora, que ficaremos aqui, conformarmo-nos e te dar o libertador adeus.
Criado em:
16/11/2003 Autor: Flavyann Di Flaff
Comentários
Postar um comentário