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SINGRANDO MARES

Cansado da monotonia das mentes televisivas alienadas, mergulho nas orgias litúrgicas de relatos poéticos até os seus níveis mais abissais, com o intuito de revigorar as energias inerentes ao ser biológico que sou. Nessas ondas mentais, deixo ir e vir o meu desejo, à medida que associo as imagens ao que leio, em uma viagem infinda a mares nunca dantes navegados.

A nau dos desejos me leva a portos desconhecidos com inspiradoras denominações, dos quais me recordo do Beco Poético e Além das Aparências, entre tantos outros pelos quais passei. Terras de encantadoras Janaínas – Senhoras do mar – que, para os incautos corações navegantes, representam a tormenta da paixão, podendo levá-los a sucumbir em viagens que fariam gemer até o mais experiente marujo. Contudo, eu, timoneiro experimentado, desses mares, absorvo tudo o que me agrada, sem que me iluda com os encantos seus. De cada paisagem, levo só as sensações sentidas, sem me envolver com os seres míticos que a constituem, porque, além das aparências primevas dos becos, há uma magia, que só os intrépidos viajantes poderão descobrir. Assim, permito-me singrar novos mares, com a certeza de poder retornar ao meu porto seguro, denominado Amor-próprio.

Criado em: 17/07/2020 Autor: Flavyann Di Flaff


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