Assim que nasceu, foi colocado numa caixa
de proteção – cuidados maternos – pois, naquela fase, deles necessitava. Quando
levado para o seu futuro lar, dentro da caixa sempre estava. O movimento na
casa era frenético, afirmavam os seus vivos olhos. De hora em hora, alguém
vinha mudar os acessórios que lhe acompanhavam desde a sua chegada, antes,
dentro de uma enorme bolsa, depois, em um móvel com gavetas. Tudo lhe
encantava, chamava a sua atenção, contudo de nada podia experimentar, uma vez
que permanecia sob os cuidados convencionados para aquela idade, como bem
exposto na embalagem protetora.
O tempo passou e nunca interagiu com as outras crianças, da caixa nunca saiu, viveu sempre sob os cuidados do excessivo zelo, o que lhe impôs limites, estes, nunca por ele transpostos. Viveu numa redoma, que, sob o pretexto de protegê-lo dos males do mundo, privou-o de ganhar vida, sabedoria acerca das coisas da existência.
Criado em: 04/07/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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