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AVES DE RAPINA

Aquela vila nos confins
de um subúrbio qualquer,
mais parecia um fim de mundo.
Tal era a distância de tudo
que se conhece por civilizado,
como se por ali só imperasse
a lei do mais primitivo instinto.
Lugar carente
de humanidades romantizadas,
que tanto preenchem os discursos
dos que se autodenominam
os salvadores da pátria.
Essas figuras são seres míticos
que só aparecem
de quatro em quatro anos,
entoando as cantilenas
que encantam os apátridas da região,
pois o elo invisível entre esses e o Estado,
há muito, por este, fora rompido.
Abandonados à própria sorte,
tornam-se presas fáceis
de predadores pseudoaltruístas, salvadores da pátria
− verdadeiros alpinistas sociais.
 
Criado em: 02/07/2020 Autor: Flavyann Di Flaff


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