A Humanidade, em coro uníssono,
pergunta-se porque o amor sumiu. Como se a interrogação fosse uma indireta a
outrem. Quando, na verdade, essa carapuça tem o melhor caimento em sua própria
cabeça.
O amor não sumiu, ele continua presente, só que inativo. O que desapareceu foi a capacidade de amar, esta, sim, dá sinais explícitos de agonizante extinção. O que acaba por se refletir na linguagem oral e escrita de cada um dos indivíduos deste planeta.
Quando
falamos ou escrevemos que queremos ser amados, subliminarmente, expomos e
assumimos a nossa incapacidade de amar, porém as lentes da hipocrisia nos cegam,
permitindo, apenas, que tateemos o nosso próprio umbigo.
Perdemos a capacidade de amar, quando passamos a acreditar na onipresença, onisciência e onipotência do deus tecnológico cujas caraterísticas citadas o tornam superior a toda criatura. Ledo engano, pois se ele tudo sabe, se está em todo lugar e a tudo vê, é porque assim permitimos quando compramos e usamos os dispositivos móveis e, através deles, contamos tudo o que pensamos e fazemos, agindo como devotos a cultuar o santo de predileção, dessa forma, damos total poder a esse novo deus.
Um pai nosso de cada dia que alimenta o egoísmo latente em nós, velho
hábito ou atitude de colocarmos os próprios interesses, opiniões, desejos e necessidades
em primeiro lugar, sempre em detrimento das demais pessoas com as quais nos
relacionamos. Uma vez alimentado, aquele nos incapacita para amar e, às vezes, permite-nos que cobremos amor ao outro.
O fim de uma relação não significa uma
ruptura dos valores pressupostos no início, porque se assim for, significa que eles não eram verdadeiros. Relações erguidas sobre a base da mentira,
certamente, sucumbirão por ela, enquanto, se a base for a honestidade, finda o
desejo e permanecerá o afeto.
Não permitamos que a carência ou o desprezo alheio nos faça carrasco de nós mesmos. Tomemos consciência de que amar não é só ser amado, mas dar e receber amor. Portanto, trata-se de uma troca com isonomia, o que não pressupõe termos o controle sobre o outro, já que somos seres autônomos.
Criado em: 18/07/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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