Tenho visto tanta gente paramentada como
guerreiro, lutando contra os moinhos de ventos, que muitos denominam Sistema.
Mal se dão conta de que a sua revolta é o que aquele usa para fazê-los
instrumentos da Grande Máquina aniquiladora de inocentes insurgentes.
Não se põe fim à maldade e à sua legião,
sem que se extermine a raça humana! Logo, percebe-se no logro que se cai,
quando algum representante promete acabar com a violência, a fome, a miséria e
afins, posto que isso não passa de sofisma vexatório com o intuito de obter
benefícios para si mesmo. A partir dessa postura, percebemos a sutileza do
Sistema, que, na sua suprema misericórdia, permite, a poucos, conhecer o seu
funcionamento e, assim, seguir o seu fluxo e colher os frutos que ele dá,
entendendo os porquês dos que lutam, lutam e quase nada conseguem. Os
insurgentes, na verdade, são mecanismos, que, juntos com outros, formam a
cadeia cinemática, gerando movimentos distintos, portanto, também estão
inseridos e sob as convenções da Grande Máquina, já que o lutar contra faz
parte das regras de manipulação dela. Quando, através do sistema, ela age sobre
os revoltados, esses tentam resistir por meio de uma reação, que volta como
estímulo para aquela. Apesar de terem intensidades iguais, atuam em partes e
sentidos opostos. Contudo, um observador mais atento, verá que essa disputa se
dá de dentro para dentro, levando ao entendimento de que essa luta é interna,
fazendo parte do próprio funcionamento do sistema, uma forma dele se
autorregular.
Como vimos, não é questão de se conformar com o que está posto, pré-determinado, mas de enxergar a função de cada um nesse contexto e começar a também colher os frutos, em vez de só gastar força e, apenas, conquistar o direito de limpar a sujeira do pátio no final do expediente.
Criado em: 11/07/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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