De uma sacada, entendeu o que ocorria com o
seu fragilizado ser. O movimento era quase inexistente na rua, talvez, por ser
alta madrugada. Mas dava para vê-la ali, sob a penumbra do cansaço e da
inquietação, não por inteira, apenas a sua silhueta sinuosa fazendo a habitual aparição em meu recanto.
De forma intermitente, as horas noturnas
se estendiam até se encontrarem com as primeiras da manhã. Momento em que eu e Sônia
nos encontrávamos casualmente, descomprometidos um com o outro. Sempre achei que
ela levava a melhor nesses encontros casuais, já que, pela manhã, eu acordava
enfadado, enquanto Sônia já estava em outra, fazendo das suas.
Todos os dias, torço para não cair em tentação e voltar aos afagos vampíricos daquela que só me procura nos momentos de fragilidade, para, em vez de me ajudar, deixar-me em frangalhos. Fazendo-me negar, por vezes, que estive em seus braços. Passando por tolo diante dos outros, uma vez que meu semblante entrega, para todos, que fui, de novo, seu amante.
Criado em: 27/06/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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