A cidadela, fortaleza imponente, induz ao
pensamento de uma segurança e paz consolidadas, isto para quem dela passa ao
largo, porque quem nela vive, sabe da realidade que a rege. Afinal, tudo que é
feito para proteger, em contrapartida, restringe. Nela, encontram-se
aquartelados exércitos, os quais estão sempre em alerta, o que tensiona a
convivência interna. Porquanto interesses distintos permeiam a vida de seus
comandantes.
O que era para ser abrigo seguro, torna-se
em um barril de pólvora, barragem de Camará prestes à ruptura de suas paredes,
devido às tensões líquidas da coexistência humana em ambientes insalubres.
Seguem as tensões mesquinhas a fomentar
intrigas entre os aquartelados, gerando conspirações que manipulam os fatos e a
realidade ao redor deles – narrações conformativas e limitantes daquilo que nos
parece ser o normal entre seres racionais. Até que explodem em forma de
pequenas frases mal ditas, sem freios emocionais, indo de encontro às feridas
alheias e recíprocas, decretando guerras impertinentes entre os convivas do
forte. O que extrapola os limites de ação de cada exército, já que é formado
por seu subordinado e chefe, portanto, por um só indivíduo, impossibilitando,
com isso, o combate em várias frentes. O exército de um homem só, apenas poderá
exercer o seu poderio em prol de suas próprias batalhas, é humanamente desautorizado
de intervir em lutas alheias, salvo se estiver em perfeito estado de
disponibilidade e de ânimo, uma vez que despenderá energia em prol de
interesses alheios, por isso, desconhecidos.
Escolhas feitas, decisões tomadas, no teatro de guerra tudo foi encenado, mas nada aconteceu de fato, ficou apenas no campo das hipóteses psicológicas, o que não impede que consequências ruins sejam geradas para todos os envolvidos. Assim finda mais um dia de paz na fortaleza autossitiada.
Criado em: 18/06/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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