(www.revistasisifo.com)
“Saber e não saber, estar consciente de
mostrar-se cem por cento confiável ao contar mentiras construídas
laboriosamente, defender ao mesmo tempo duas opiniões que se anulam uma à
outra, sabendo que são contraditórias e acreditando nas duas; recorrer à lógica
para questionar a lógica, repudiar a moralidade dizendo-se um moralista, [...]”
(1984,
ORWELL, George)
“A ambiguidade é um fenômeno muito
frequente, mas, na maioria dos casos, os contextos linguístico e situacional
indicam qual a interpretação correta; estilisticamente, é indesejável em texto
científico ou informativo”, porém, como podemos perceber no nosso cotidiano,
não é o que tem imperado. O que tem prevalecido é este validar o seu discurso,
usurpando o daquele, com o intuito de orientar melhor a seus leitores, os quais são bombardeados incessantemente por informações de um casuísmo sem medida, advindas dessa mesma fonte.
A disseminação de discursos dissonantes, quando,
na verdade, trazem, intrínsecos, um alinhamento de finalidade, que consiste em
fomentar uma realidade customizada por agentes poderosos, é proposital.
O Homem quando quer controlar algo ou alguém,
primeiro ele torna o desconhecido em conhecimento, em seguida, organiza-o para entendê-lo
melhor, a partir disso, o domínio é consequência natural. “O conhecimento é uma
relação estratégica, generalizante, é a luta singular do homem com o objeto que
ele quer dominar, saber, em suma é poder, resultado de lutas constantes e
cortantes. Somos compelidos a produzir “verdades” pelo poder que a exige e que dela
necessita para funcionar. As verdades são reguladas pela disciplina e por ela
observamos as relações de poder operando sobre os corpos, tornando-os dóceis e
úteis. O fato de não identificarmos diretamente a “fonte” destes discursos,
pode significar que elas já tenham sido tão fortemente incorporadas ao senso
comum que não causa mais estranhamento. Assim, para além da origem do discurso
destacamos aqui sua propagação, seu alcance ilimitado e seu potencial,
proporcionados diretamente pelo aparelho midiático como mais um elemento de
dominação.” (J.O.C.C. Rabelo). Portanto, em um mundo organizado sob a ótica
humana, o controle é algo inerente ao homem.
Criado em: 31/05/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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