Existem aqueles a quem as dores do mundo
tocam a alma e a quem elas apenas tocam a superficialidade de seus
corpos, causando, o que é natural, um espanto inicial e só, demovendo-os à inércia. Porém esses podem fazer, de acordo com as suas conveniências, que tais dores pareçam deixá-los aflitos, convencendo até os mais céticos
dos seres. Não são poetas, e parafraseando certa pessoa, digo que são fingidores,
fingem tão completamente, que chegam a fingir que é dor, a dor que deveras sentiram
do outro.
A compaixão não veio para todos, contudo ela
está à disposição, basta, para dispô-la, ter sinceridade no coração e nos atos
para com o semelhante. Em uma época de extrema exposição de privacidades
discutíveis, que aspiram, tão somente, o reconhecimento torpe da urbe
cibernética, proliferam os altruístas likeanos, esses anseiam por arrebanhar,
em quantidade, asseclas. Mesmo que, para isso, tenham que praticar o que não
lhes convêm, já que contrariam os seus preceitos, verdadeiros representantes da
hipocrisia pós-moderna – o politicamente correto.
Resta-nos dizer àqueles de sensibilidade
apurada, possuidores de humanidade na mais pura acepção da palavra, que não se
omitam, mostrem-se e, dentro do possível de cada um, ajudem a seus semelhantes.
Criado em: 17/05/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
Comentários
Postar um comentário