Hoje, um guerreiro, quase invencível, se despiu de sua armadura e levando as mãos à
cabeça, retirou o elmo e caiu em copioso pranto (como uma carpideira em pleno
ofício). Ele não fora um dos 300 espartanos, que morreram e foram eternizados. É apenas um dentre outros milhões de soldados, que vivem a se
lamentar da má sorte que o destino lhes confiara. Já que durante os inúmeros
combates enfrentados a derrota sempre fora iminente.
A
dor de seguidos fracassos em campanha lhe dilacera mais que quaisquer lâminas
inimigas, uma vez que lhe fere a alma, e cicatrizes internas, em um combatente ativo,
quase não saram de verdade, ficam a incomodar por todo o sempre.
Esse
guerreiro, homem já feito, chora, não por todas as derrotas sofridas, mas por uma
em particular. Aquela que mudaria a sua vida, levando-o a um rumo seguro. Esta
sim, é a derrota mais humilhante e que, até hoje, faz seu peito sangrar ao se lembrar dela.
Ele
é um constante ferido de guerra, fato que não o faz ficar fora de combate. Porém, sendo um veterano cão de guerra, adquiriu, contra a sua vontade,
alguns traumas. Esses, muitas vezes, o fazem inseguro diante de novos combates, nos quais a menor hesitação faz uma grande diferença entre a vitória e a derrota. Quem sabe, antes mesmo da sua derradeira hora nesse mundo, ele tenha uma nova
chance de mudar a vida, oportunidade em forma daquilo que o mesmo mais conhece: batalhas. Só que agora, sentindo-se mais capaz, sairá vencedor e, enfim, obterá o descanso e a cura merecida para aquele mal que
tanto o consome até hoje, o de não ter vencido a principal guerra de sua
vida.
Criado em: 13/03/2007 Autor:
Flavyann Di Flaff
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