Pular para o conteúdo principal

A SOLUÇÃO

Mundo estranho de gente esquisita, onde o aglomerar de pessoas não significa concretamente que não estejam solitárias.

Em uma casa duas almas coabitam, mesmo assim, continuam a se sentirem sozinhas. Cada uma com seus conflitos interiores, e apesar dos escassos diálogos, é bem verdade, nunca os revelaram uma à outra. Guardam, para si, como se fora uma forma de autocondenação.

Solidões que, juntas, nunca se completam a ponto de se findarem. Pelo contrário, só vivem a se confrontarem, até chegar a causar uma angústia profunda nos seus possuidores.

Dois templos vazios, devido a sentimentos, sonhos e esperanças frustradas. Habitáculos grandiosos, agora propícios à estadia perene da amargura.

O tempo, nesse caso, mesmo passando lépido, não ajuda a cicatrizar e, muito menos, a amenizar tal fase sofrida. Apenas faz aumentar a sensação de que esse sofrer será eterno.

Sem deixar rastros de rancores, uma vez que sempre foram feitos esforços para um bom entendimento, buscaram a solução desse impasse existencial em uma eventual partida de ambos rumo àquilo que a muito os seus corações ansiavam, no entanto, nunca tiveram força motivacional para buscá-la. Então, deixando para trás todas as aflições sofridas e com o intuito de recuperar o tempo perdido, decidiram pôr fim a essa desditosa relação. 

Criado em: 07/09/2007 Autor: Flavyann Di Flaff


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff