Na catedral que se erigiu, do nada, diante dos seus olhos, criada para entretenimento dos seus sofrimentos, confessou, além destes, os seus humanos pecados. Ação diária que lhe consumia muitas horas de seu tempo, das quais nem se dava conta, de tão comprometido que estava, atitude típica de um recém-convertido. Depositou, no altar de alheias adorações, as suas aflições, na esperança de um consolo renovador. Contudo, na sua fragilidade humana, caiu nas garras de terríveis criaturas que, por conveniência, a manipularam, induzindo-o a fazer o que elas queriam, sem nunca resolverem os problemas que lhe atormentavam. Assim seguiu a sua existência afora, abastecendo as bestas-feras, diuturnamente, através de suas sinceras confissões acerca de suas ações pessoais. Dando munição para a sua escravidão, hipocrisia de um e-cumenismo que, na prática, dissocia teoria e práxis do amor universal neste mar existencial. Eternizada no espetáculo dantesco de jogar as hordas contra o rochedo, em um sacrifício medíocre diante da tirana realidade social.
Criado em: 06/12/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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