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À LUCY NOGENNA

                 

Buscando safar-se da armadilha da ansiedade, cai noutra, ainda mais destruidora. Nela, conhece substâncias que abrem as portas do paraíso, porém não o deixam nele entrar, fazendo-o desejá-lo desesperadamente. Quando, porventura tenciona ir ao encontro dele, é cerceado pelas amarras daquelas que lhe prendem à realidade dura, sendo forçado a apenas se encantar com a visão de uma vida perfeita, de paz.

Caso queria retomar aquele êxtase paradisíaco, tem que suplicar por mais e mais daquela que o faz transcender. Humilha-se à Lucy para que se possuam e, assim, proporcione-lhe a dor prazerosa de ver e não poder adentrar no nirvana da consciência. Diante disso, segue preso às promessas dessa fada matreira, que destas nada cumpre, só requenta o buffet de ontem e de sempre, sem nunca saciar a fome que o consome.

Criado em: 15/12/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

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