As palavras são como o barro que, à maneira do oleiro, vai assumindo a forma que lhe for dada. Pode ser arte que toca o coração com beleza e suavidade, mas também arte questionadora que, ao discorrer sobre o tema, revela as atrocidades cometidas pelo mundo afora.
As palavras, da mesma forma, podem ser do mais puro aço que, sob a força da fornalha e do manejo do cuteleiro, ganha o aspecto bélico e mortal da espada, ferindo a quem por ela for atingido. Elas também podem ser ocas, duras, leves, melódicas, tudo isso vai depender de quem as profere, dando sentidos ou esvaziando-as deles.
Naqueles dois artesãos, um outro se inspira e, usando da metáfora, faz, de sua arte, a forja perfeita para a palavra. Movido por sentimentos universais, produz exímias estruturas que tanto podem ser belas e suaves como ferinas. A esse insigne artesão, cujo arquétipo já está bem estabelecido no imaginário social, chamamos de Poeta.
Criado em: 03/09/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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