Pular para o conteúdo principal

GLADIADOR MODERNO

                                   

Estava à toa na vida e decidiu engrossar a fileira dos paladinos da moral e dos bons costumes! De extremo sedentário se tornou proativo na busca por causas nobres. Matou o homem mal para livrar o mundo da maldade; discriminou o preconceituoso para acabar com o preconceito; fez guerra para acabar com quem guerreava contra a paz; roubou dos ricos que roubavam dos pobres, coitado! Oprimiu o opressor que afligia, para combater a opressão; saqueou lojas para baixar o preço das passagens; humilhou quem humilhava, para acabar com as humilhações; alinhou-se aos canalhas para culpar os crápulas; defendeu a bandeira contra a corrupção enquanto emprestava dinheiro a juros absurdos; usou de inverdades para desqualificar os mentirosos. Assim, foi engajando-se em lutas inglórias, mas que o enchiam de orgulho, como a tantos outros iguais a ele. Lutas que em nada alteravam o cenário, pelo contrário, tais reações juntamente com as ações combatidas, só alimentavam o círculo viciante das maldades humanas. Então, cheio de um humilde orgulho, fez-se o paladino dos paladinos nas mais diversas e distintas plataformas virtuais.

Criado em: 24/09/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff