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A LEI DA ATRAÇÃO

                            

Andava solitário e sem ânimo para a vida! Imaginava que sua situação emocional não colaborava para uma perspectiva de mudança. Sem esquecer da financeira, que nunca fora das melhores. Mas, a partir daquele dia, como em um passe de lógica, decidiu que, se não podia mudar as coisas como estavam, pelo menos, mudaria o estado delas. Então, começou a mentalizar só estados positivos para tudo aquilo que dizia respeito à sua vida.

Passados alguns dias, o que parecia improvável aconteceu! Ele percebeu as coisas mudarem, o que parecia não ter solução, de repente, foi resolvido. Finalmente, entendeu o funcionamento das Leis do Universo e, desde então, começou a pedir, mentalizar e visualizar tudo o que desejava para si, como se já estivesse desfrutando.

Foi quando projetou o encontro com aquela garota que há tempos desejava. Encontrou-a por acaso ao caminhar pela rua central do bairro onde morava. Estava deslumbrante! Até mais do que de costume. Trajava um vestidinho leve, de malha esvoaçante, que o vento não cansava de acariciar. Trocaram uma ou duas palavras, porém os olhares foram mais diretos e explícitos, como se já soubessem do interesse de um pelo outro, e se despediram com um recíproco e maroto sorriso. Uma incredulidade o quis invadir, entretanto não deu espaço, pois sabia que o seu pedido feito para o Universo estava acontecendo.

No outro dia, lá estava ela a desfilar a sua esguia silhueta, como num ritual de sedução que, aos olhos dele, não passara despercebida. Dessa vez, conversaram com mais intimidade e caminharam, trocando confidências sobre coisas, acontecimentos e desejos comuns. Antes de se despedirem, convidou-a para, logo mais à noite, conhecer a residência em que habitava. Confessou que ficou receoso, no entanto ela fez que não percebeu e disse que aceitava, esperando-o nesse mesmo local. Beijos cordiais trocados, seguiram rumos distintos.

Em casa, o dia foi de visualizar tudo o que aconteceria mais tarde, sem perder nenhum detalhe. Mentalizando tudo com a certeza de que ocorreria conforme o ansiado. A noite veio faceira, e ele logo se aprontou para ir buscá-la como combinado. Ah, que bela figura enchia o seu olhar! Encantado, segurou a sedosa mão dela e a conduzi até à residência dele. Ela, de forma natural, com o olhar, percorreu todo o recinto, como a querer situar-se. Sorriu, demonstrando que estava à vontade. Foi então que ele começou com as mesuras e, entre umas e outras, buscou duas taças e um bom vinho, que logo serviu e começaram a degustar. Nas intermitências de um gole e outro, risos e gestos afoitos, nessas ações, os bustos em meias taças foram servidos ao olhar desejoso dele, que já não conseguia disfarçar. Ela, pelo néctar dionisíaco tomada, ciente do jogo que começava, acariciou o semblante dele em brasa, e com um leve sussurrar ao pé do ouvido, como um vento repentino, tornou-o em fogo, desencadeando o consumo daquele corpo masculino por um calor imanente àqueles toques. Nesse instante, o que era dois, fez-se um só corpo, tamanho fora o ímpeto dos dois. Então, abraços incontidos, beijos afoitos, gostos pervertidos, tudo isso veio à tona espontaneamente.

Aquele corpo desnudo, agora deitado diante dos olhos dele, não tinha como resistir, e o perscrutou como um exímio curador de arte. Viu que ela possuía um porte longilíneo, braços delicados e mãos idem. O rosto era simétrico, os olhos negros e brilhantes, os lábios carnudos, o sorriso moleque, o narizinho arrebitado. Os bustos médios, de forma arredondada, com auréolas rosadas e mamilos salientes, a cinturinha de pilão, os quadris desenhados à mão tal qual o nariz, as coxas e as panturrilhas torneadas e, por fim, os pés, que de tão perfeitos causariam tumulto em qualquer fila de lava-pés. Finda a veneração, era chegado o momento de violarem os seus templos, que já não conseguiam mais conter os mútuos e insanos desejos.

Criado em: 11/09/2020 Autor: Flavyann Di Flaff


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